Cidades
Ipueiras e Brejinho de Nazaré combatem trabalho infantil
Atividades foram direcionadas ao poder público, comerciantes da temporada de praias, e sociedade civil dos dois municípios
Reforçando a campanha lançada em 12 de junho pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) “Criança não deve trabalhar, infância é para sonhar”, a Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social (Setas) em conjunto com o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (Fetipa) e as prefeituras municipais, promoveram ações de esclarecimentos e combate ao trabalho infantil nas cidades tocantinenses de Ipueiras e Brejinho de Nazaré, nessa quinta-feira, 11.
As atividades foram direcionadas ao poder público, comerciantes da temporada de praias, e sociedade civil dos dois municípios, que ouviram atentamente as orientações de como identificar e proceder para combater essa prática abusiva de crianças e adolescentes trabalhando.
A secretária de Assistência Social de Ipueiras, Elizangela Costa, disse que nas áreas rurais do município o problema é maior, e destaca “que alguns pais equivocadamente acham que isso é normal, que certos tipos de trabalho ajudam na formação das crianças; e esse é um fator que contribui para que ainda estejamos longe de erradicar o trabalho infantil”, ressaltou.
Em Brejinho de Nazaré, a situação não é diferente. A diretora de Saúde do município, Aline Rech disse que, algumas formas de trabalho prejudicam a saúde das crianças e jovens. “Se essas crianças forem expostas a trabalhos em que precisem carregar muito peso, terão problemas na lombar, joelhos, ombros; e em longo prazo podem desenvolver fadiga, estresse e até ficarem estéreis”, afirmou ela.
Trabalhando como barqueiro, em Brejinho de Nazaré, Alcides de Souza relata que “a maioria dos jovens que vemos trabalhando nas praias ou nas ruas ficam expostos ao sol, e nem sempre se alimentam direito”, disse ele. “Já vi vários casos assim, e tem outros casos ainda mais sérios como o aliciamento para uso e tráfico de drogas e pequenos furtos nos dias de shows”, relatou.
A OIT estima que existam hoje, no Brasil, 2,4 milhões de crianças e adolescentes trabalhando, tanto fora quanto dentro de casa. O trabalho infantil é proibido no Brasil; dos 14 aos 15 anos permite-se que o jovem trabalhe como aprendiz; a partir dos 16 anos é possível trabalhar, desde que não se exerça atividade insalubre, perigosa, penosa ou em horário noturno (a partir das 22 horas).
As próximas ações de combate ao trabalho infantil serão na região do Jalapão, nos municípios de Santa Tereza do Tocantins, Ponte Alta, Novo Acordo e Rio Sono.
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