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Estado

Hospital Geral de Palmas recebe doação de laringes eletrônicas

Projeto facilita reabilitação de pacientes que passaram por cirurgia de remoção total ou parcial da laringe; ação humaniza o tratamento do câncer de cabeça e pesçoco

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A laringe eletrônica é a recapacitação da comunicação de forma mais rápida e barata

O serviço de cabeça e pescoço do Hospital Geral de Palmas (HGP) recebeu a doação de cinco laringes eletrônicas, nessa quinta-feira, 4, por meio do projeto Rede+ Voz, da Associação do Câncer de Boca e Garganta (ACBG), com o intuito de amparar e facilitar a reabilitação dos pacientes laringectomizados, cirurgia para que seja removida total ou parte da laringe.

O médico do HGP, Daniel Hiramatsu, explica que algumas pessoas precisam passar pela laringectomia total, que é a remoção de toda a laringe, quando acometidas pelo câncer de cabeça e pescoço, e uma de suas consequências é a perda da fala, contudo é possível viabilizar novamente a comunicação oral por meio da utilização da laringe eletrônica.

O gestor de projetos da ACBG, Eduardo Knoll, explica sobre o projeto Rede+Voz. “É um projeto que tenta formar um controle social do câncer de cabeça e pescoço e fazer um retrato de como está a situação no Brasil. Nós estamos visitando os principais hospitais e os centros de referência de câncer de cabeça e pescoço, pelo menos um em cada estado do Brasil, para conhecer pacientes, profissionais e o que o serviço oferece aos pacientes, na intenção de conhecer qual a situação real da doença no país”.

Ele esclarece ainda como foram viabilizadas as doações da laringe eletrônica. “O projeto Laringe eletrônica uma voz possível é uma parceria da ACBG com a Amucc [Associação Brasileira dos Portadores de Câncer], viabilizado pelo Pronon [Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica], que é uma lei de incentivo fiscal voltado para a oncologia. Nós cadastramos um projeto no Pronon, e se aprovado, a gente pode captar verbas de imposto de renda de outras empresas. Por meio dessa captação, conseguimos comprar 350 laringes eletrônicas, possibilitando a reabilitação de 350 pacientes laringectomizados em situação de vulnerabilidade social”.

A fonoaudióloga e educadora clínica, Andrea Maduro, da ATOS Medical, falou sobre a reabilitação vocal dos paciente que sofreram laringectomização total e os produtos disponíveis. “Não é só a prótese traqueoesofágica que possibilita o paciente falar novamente. Nós temos todos os acessórios para uma reabilitação pulmonar, por exemplo, porque o paciente quando tira a laringe, ele perde a função do nariz. O ar entra muito seco e frio, e o paciente tem muita secreção, então nós temos os acessórios que facilitam o paciente a ter uma vida normal após uma cirurgia tão mutiladora, porque, além de mutilar a voz, ele perde todas as funções do nariz”.

Daiane Francisco, esposa do paciente João Gomes Gontijo, de 63 anos, que passou pela laringectomização total, relatou a situação do seu marido. “Ele foi diagnosticado com câncer de laringe, passou pela primeira cirurgia e ficou três meses sem a doença. Quando voltou, teve que tirar toda a laringe. Há dois meses, ele passou por essa cirurgia, e a possibilidade dele voltar a se comunicar com esse aparelho foi motivo de muita emoção e alegria pra todos nós”.

Laringe eletrônica

São aparelhos pequenos, leves e portáteis e funcionam a base de pilhas ou baterias de 9V. Possui uma membrana na parte superior que vibra e, quando encostada no pescoço ou nas bochechas, gera um som que é transformado em fala por meio da articulação dos lábios e da língua. Um dos benefícios do uso da laringe eletrônica é a recapacitação da comunicação de forma mais rápida e barata, ajudando na reintegração social e profissional.

 

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