Fórum apresenta no sul do Estado alternativas para descarte dos resíduos

O município de Gurupi recebeu nessa quinta-feira, 24, a décima edição do Fórum Estadual de Lixo e Cidania (FELC/TO). As servidoras da diretoria de políticas ambientais da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) se reuniram com secretários de meio ambiente e catadores de materiais recicláveis no prédio da Câmara de Dirigentes Logístas (CDL) da cidade.

O objetivo do encontro foi de estimular os municípios a trabalharem a gestão compartilhada dos resíduos sólidos e a criação de consórcios intermunicipais por meio de contrato. Nessa última modalidade as despesas são rateadas entre as cidades que fazem parte do acordo.

Durante o fórum foram apresentados os benefícios que o aterro sanitário agrega, e toda a logística necessária para os municípios iniciarem os processos de adequação para construção desse tipo de espaço. Os valores estimados para implantação de um aterro de pequeno porte, de acordo com os coordenadores do Fórum, giram em torno de R$ 9 milhões, e na maioria das vezes para a gestão individual se torna inviável por conta do custo elevado.

Os participantes compartilharam informações e experiências sobre os projetos que já estão implantados em alguns municípios. Desde 2014, Gurupi conta com um espaço onde são depositados os resíduos, e segundo o engenheiro ambiental do município, Diego Rocha “após a criação do aterro sanitário na cidade foi possível desativar o lixão, evitando a contaminação do lençol freático, além de melhorar a qualidade de vida diminuindo os vetores que propagavam doenças para população”.

O FELC percorreu diversas cidades do Estado sendo Gurupi o último município a receber o fórum neste ano. A gerente de resíduos sólidos e apoio aos municípios, Hélia Azevedo fez um balanço positivo de todos os encontros realizados em 2019. “São nesses eventos que temos a oportunidade de tirar dúvidas e aprender uns com os outros e principalmente encontrar soluções para sanar os problemas. A gente considera que esse trabalho de orientação e apoio com alternativas para o lixo é muito relevante”, afirmou.

A catadora de materiais recicláveis, Maria Soares realiza a coleta desde 2013 na cidade de Palmas e participou do fórum em Gurupi. Segundo a profissional “o material que é recolhido não vai para o aterro, esse material é vendido e com isso consigo pagar as contas e me manter, além de preservar a cidade mais limpa”. A previsão da equipe é que em 2020 o fórum atenda os municípios de Palmas, Natividade, Paraíso, Paranã, Taguatinga e Dianópolis.

O encontro também contou com a participação de estudantes e professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), diretores da defesa civíl municipal, engenheiros, gerentes, fiscais e analistas ambientais da cidade.

Resíduos

A coleta seletiva do material para reciclagem é importante para o município mesmo durante as articulações iniciais para construção de um aterro sanitário. Esse trabalho pode ser desenvolvido com a inclusão de catadores que além de servir como ciclo produtivo e gerar renda, vai evitar que os materiais sejam descartados em locais inapropriados.

Todo material descartado pela população é considerado resíduo sólido. Cerca de 80% desses resíduos podem ser comercializados após o processo de reciclagem. Os outros 20% são rejeitos que não possuem um valor comercial e devem ser destinados a um aterro sanitário adequado.