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Agronegócio

Agronegócio tocantinense conta com a persistência e a determinação de mulheres rurais de sucesso

Dois casos de sucesso de mulheres rurais do Tocantins servem de inspiração no mês em que mulheres são homenageadas

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No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o campo é fértil de oportunidade para as mulheres que querem empreender no agronegócio. O trabalho da mulher rural é essencial para o desenvolvimento da agricultura e do agronegócio. Antes vistas meramente como ajudantes, as trabalhadoras rurais têm se destacado em diferentes etapas do processo produtivo de alimentos e outras atividades relacionadas à geração de renda e ao desenvolvimento econômico social no campo. Segundo o último Censo Agropecuário do IBGE, quase 20% dos empreendimentos rurais do país são dirigidos por mulheres. Em 2006, o percentual de mulheres rurais empreendedoras era de 12%.

No Tocantins, centenas de mulheres rurais vêm mudando de vida, transformando o seu dia a dia para melhor. Para tornar essa participação ainda mais significativa no desenvolvimento das comunidades locais, reconhecendo e valorizando ainda mais o trabalho das mulheres rurais, a secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro) preparou um espaço e uma programação especial para a 20ª edição da Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 2020), que será realizada de 5 a 9 de maio, no Centro Agrotecnológico de Palmas/TO. Entre eles, estão o lançamento oficial da 5ª edição da campanha estadual Mulheres Rurais, a apresentação de casos de sucesso de mulheres rurais tocantinenses, além de um talk show com a jornalista e radialista Mária Régia da EBC e a participação de uma das coautoras do livro Mulheres do Agro.

“Estamos ampliando os trabalhos, incorporando mais o público-alvo, de mulheres rurais, com públicos mais diferenciados. Sabemos que as atividades no meio rural são diversificadas e as mulheres rurais precisam ser reconhecidas”, destaca a médica veterinária da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura (Seagro), lotada na Diretoria da Agricultura Familiar (DAF) e embaixadora da campanha Mulheres Rurais, Patrícia Rezende.

Mulheres que inspiram

Com o falecimento dos pais, em 2010, a pecuarista e advogada ambiental, Vivian Machado, assumiu a propriedade, a fazenda Akaushi, em Barra do Ouro (TO), e percebeu que para manter a atividade precisava agregar valor à produção, quando decidiu inovar e acreditar na raça de gado japonesa Wagyu, até então pouco conhecida no Tocantins.

A pecuarista enfrentou inúmeros obstáculos na nova etapa, mas foi persistente, criou a marca de carne Akaushi Brasil e, nos dias atuais, produz carne premium no cerrado tocantinense no modelo de pecuária cíclica e harmônica em um sistema de produção denominado Da Terra à Boca.

Vivian se tornou uma produtora rural de sucesso e também alcançou estado de equilíbrio emocional. Ela explica qual foi o maior desafio para alcançar os objetivos como empreendedora de sucesso do agronegócio. “Conseguir a consciência plena do que somos e do que queremos ser enquanto produtores é o primeiro passo pra tocar a atividade e geralmente é o mais difícil”, destaca.

Sobre felicidade, ela comenta de forma objetiva, o que leva à reflexão. “Felicidade é autoconhecimento! Sou feliz, hoje compreendo minha polivalência laboral, intelectual e sentimental e consigo equlibrá-las na balança da vida”, garante.

Representantes da Associação Comunitária do Quilombo da Barra da Aroeira são outros exemplos de mulheres rurais atuantes. Localizada no município de Santa Tereza, a associação é comandada por Maria de Fátima Rodrigues, de 50 anos. Assim como outras mulheres do quilombo, Fátima é agricultora e artesã, além de ser a principal responsável pelo cuidado da casa. Ela ainda aproveita sua experiência com os alimentos como merendeira escolar. “Eu trabalho meio período na escola e no outro período aqui na casa, na roça plantando mandioca, cuidando das galinhas”, relata.

O modo de produção da comunidade da Barra da Aroeira segue os princípios da agroecologia. A maior parte dos alimentos produzidos pelas agricultoras quilombolas são consumidos pelas famílias da própria comunidade e alguns produtos são vendidos nas feiras de Palmas.

Maria de Fátima compartilha que o principal desafio da comunidade é conseguir apoio para aumentar a produção e, consequentemente, a renda. “Nosso interesse é produzir em maior quantidade. Mas, até agora, enfrentamos muitos desafios para estar organizando a terra para plantar. Às vezes, as hortaliças estragam, porque não temos como escoar os produtos”, conta.

As mulheres da Barra da Aroeira contam com o apoio da associação e da Cooperativa Quilombarras, criada recentemente pelos agricultores da comunidade. Segundo Maria de Fátima, a cooperativa já está ajudando com a divulgação dos produtos quilombolas e deve reunir futuramente cooperados de outros quilombos da região. Elas também participam de atividades de capacitação técnica e trocas de experiências promovidas por universidades da região e pela Diretoria de Agricultura Familiar da Seagro.

 

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